segunda-feira, 4 de agosto de 2008

TRATO PIRAMIDAL - PARTE I

O trato piramidal começa no giro cortical motor e cursa inferiormente até a medula espinhal. Nos hemisférios, denomina-se de coroa radiada, formando em seguida a cápsula interna, o pedúnculo cerebral e o trato piramidal, que cruza ao nível da junção bulbomedular, a partir de onde forma o trato corticoespinhal. De uma perspectiva funcional, lesões em qualquer ponto desse trato podem produzir os mesmos sinais de trato longo. Sinais de disfunção do trato piramidal incluem espasticidade, fraqueza , lentificação dos movimentos rápidos e alternados, hiper-reflexia e sinal de babinski.


O tônus muscular é examinado pela mobilização das grandes articulações , determinando-se o grau de resistência. A espasticidade corresponde a um dos tipos de hipertonia (resistência de um membro relaxado à flexão e extensão). A força muscular é graduada de 0 a 5.
  • ESCALA PARA GRADUAR A FORÇA MUSCULAR

Grau 0 --------------------Ausência de contração muscular

Grau 1 -------------------Traço de contração

Grau 2 ------------------ Movimento ativo quando a gravidade é eliminada

Grau 3 ------------------Movimento ativo contra a gravidade

Grau 4------------------Movimento ativo contra gravidade e resistência

Grau 5------------------Força normal


Lesões agudas em qualquer parte do trato piramidal podem produzir hemiparesia flácida, pelo menos inicialmente, com espasticidade instalando-se posteriormente. Se toda a área do córtex que controla um membro for lesada, as vias extrapiramidais poderão ser incapazes de preservar a movimentação, havendo então fraqueza flácida e global do membro. Lesões do trato piramidal produzem, classicamente , fraqueza do braço e da perna, ou da face e do braço, ou então dos três simutaneamente. A fraqueza facial pode manifesta-se por desaparecimento do sulco nasolabial, sem comprometimento da fronte (músculo frontal); isso ocorre pela invervação dupla que cada hemiface superior recebe de ambos os hemisférios cerebrais (fibras corticopontinas).

Os músculos menos afetados são antigravitacionais (flexores do punho, bíceps, glúteo maior, quadríceps e gastrocnêmio). Testes específicos da força de grupos musculares também poder ser úteis: carga pronadora ( membros superiores estendidos à frente do tronco com palma das mãos para cimas), permancer em ortostatismo sobre cada pé, caminhar na ponta dos dedos (gastrocnêmio), caminhar sobre os calcanhares (tibial anterior), agachar-se e levantar-se ( músculos proximais do quadril).


Lesões piramidais freqüentemente causam lentificação dos movimentos alternados rápidos, porém a precisão é preservada, ao contrário do que ocorre nas lesões cerebelares, que podem determinar movimentos rápidos, porém imprecisos.